domingo, 3 de novembro de 2013

Análise de um poema de Paulo Leminski.


O assassino era o escriba

"Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida
regular como um paradigma da primeira conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
Ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto.
Casou-se com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expectativas ,
conectivos e agentes da passiva , o tempo todo
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça"


Neste poema, o autor usa de ironia e duplo sentido quando se refere aos termos empregados nas aulas de gramática, no tocante ao uso exaustivo de nomenclaturas. Para os alunos esses nomes complicados não dizem nada, principalmente quando devem resolver listas de exercícios que os deixam profundamente irritados a ponto de desejaram matar o professor com "um objeto direto na cabeça" 

É preciso, pois, que a gramática seja ensinada dentro de um contexto, levando o aluno a entender por que deve aprender os conteúdos e como usá-los na produção de texto.

Conteúdo na íntegra e Material disponível em: fatimalp.blogspot.com.br (acesso em 01/11/2013)


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